Laboratório formativo online
O GiraLab, como um espaço de reflexão e experimentação, convidou educadores a exercitar e estreitar o contato com perspectivas antirracistas e decolonizadoras.
Os participantes
O GiraLab está pensado como uma oportunidade para os participantes:
• Ampliarem a reflexão sobre antirracismo e decolonialidade;
• Conectarem-se com profissionais de diferentes campos, com diferentes experiências e atuações;
• Refletirem coletivamente, a partir de pontos de vista e conhecimentos plurais;
• Dialogarem e exporem seus desafios e interesses profissionais;
• Aprofundarem a capacidade de escuta;
• Desenvolverem proposições, individualmente ou em grupo, e conhecerem propostas metodológicas diversas, para serem postas em prática em contextos de aprendizagem;
•Envolverem-se em uma atividade prática coletiva, colaborativa e solidária.
Os encontros da primeira edição do laboratório tiveram 50 vagas e aconteceram nos dias 8, 15, 22 e 29 de setembro de 2022. O grupo que se formou teve participantes de diferentes perfis profissionais e de todas as regiões do Brasil: professores de escolas públicas do ensino Fundamental II e Ensino Médio, arte-educadores, educadores sociais e de espaços culturais e museus, pesquisadores, comunicadores, agentes culturais.
A composição racial do grupo foi de 44% pessoas que se autodeclararam pretas, 35% pardas, 17% brancas, 2% negras e 2% indígenas.
O percurso
“O GiraLab foi um espaço de reafirmação de narrativas de existências, amplitude e diversidade. Novas e potentes referências, que confluem com os percursos em que venho me encontrando. Práticas de interação propositivas que podem ser reproduzidas e adaptadas.”
Relato de uma participante dos encontros formativos
Os quatro encontros formativos giraram em torno da pergunta bússola “Quais narrativas, memórias e territórios propomos para a construção de uma educação na perspectiva decolonial e antirracista?”, apresentada como um desafio reflexivo e criativo para os educadores convidados e para os participantes da formação. Os retratos de pessoas negras do fotógrafo Militão foram postos em contraste com produções artísticas contemporâneas, frutos de pesquisa e trabalho de artistas negros.
A cada encontro os participantes foram provocados a uma experiência que se deu no jogo entre o sensível e o sistematizado, entre os sujeitos e seus desejos de educar para um mundo de “re-existências”, que foi tomando forma nas soluções coletivas de exercícios de intervenção em um painel de fotografias de e sobre pessoas negras, na escrita de textos de curadoria, na montagem de microexposições e no compartilhamento das visões e possibilidades elaboradas a cada semana.
O espaço virtual se tornou um espaço de atravessamentos, do qual emergiram a crítica e a denúncia e, de maneira contundente e provocativa, a potência que emanou do afeto e dos anúncios trazidos a cada compartilhamento.
A programação
1º Encontro – 08/09
Giros, perspectivas e representações Pontos de partida para a educação decolonial e antirracista / O GiraLab e as nossas perguntas
Ednéia Gonçalves
O Museu do Ipiranga e a coleção Militão
Paulo Garcez Marins
2º Encontro – 15/09
Encruzilhadas entre linguagens
Ana Lúcia Silva Souza
3º Encontro – 22/09
Territórios, memórias e percepções
Nego Júnior
4º Encontro – 29/09
Outras narrativas, outras vozes, outros olhares
Jaqueline Santos
Colaborando e criando
No decorrer dos quatro encontros, os participantes, divididos em grupos de colaboração de 4 a 5 pessoas, trocaram experiências, vivências e referências e desenvolveram propostas de análise de imagem, curadoria, criação de narrativas e textos reflexivos.
Participantes
Alisson Freitas da Silva
Ana Clara Silva Lemos
Bethsaidd Khall Silva Nazareno
Cinthya do Amaral Cordovil Oliveira
Daniela Torres Lima
Fernanda Cristina de Morais
Francilma Ronetia Barbosa
Geanine Bolzan Cogo
Giovana Pietrafesa Sellge
Hilda da Silva Gomes
Jacqueline Prado Zellner
Juliana Freitas Gueiros
Júnior Ahzura
Larissa Nogueira Viana
Lívia Oliveira
Luiza Ribeiro de Barros
Maria Erineide Peixoto
Mauricio Rodrigues Peixoto
Oná Martins
Patrícia Regina Pawlak Kissner
Renata Callaça Gadioli dos Santos
Rodrigo Guimarães Abreu
Suzana Silva Bezerra
Tania Mara Guarneri
Tatiane Feitosa
Uriel Barbosa Lira Cunha
Verônica Nascimento
Hackaton GiraLab
Laboratório de soluções
O Hackaton teve como desafio elaborar propostas de recursos educativos para o ambiente digital que colocassem em foco as perspectiva antirracista e decolonial e trabalhassem o acesso a um acervo e, de preferência, articulassem escolas e museus.
Foi realizado online, de 14 a 16 de outubro de 2022, com a participação de educadores, agentes culturais e profissionais de comunicação, design e programação.
Na Sexta-feira contamos com a participação de Neon Cunha, que trouxe inspirações e provocações ao grupo com o tema Ressignificações e pertencimentos, bem viver para todes?
Na sequência apresentamos o GiraLab, os cenários e desafio propostos. Ao longo do sábado e domingo, divididos em grupos, os participantes foram da ideação à formulação de propostas, navegando em um percurso metodológico estruturado e apoiado por um time de mentores. Ao final, o grupo elegeu uma proposta vencedora.
Mentores
Para contribuir, provocar e apoiar cada grupo no desenvolvimento das soluções, foi formado um grupo de mentoria com profissionais de diversas especialidades:
Alex da Silva Cortes
design de experiência do usuário
Brenno França
design gráfico
Gleyce Maciel Heitor
educação
Nego Júnior
design gráfico e web design
Sabrina de Oliveira Bairros
acessibilidade
Propostas idealizadas
Divididos em grupos, os integrantes do hackaton criaram três propostas e, pela votação de todos os participantes, mentores e organizadores, uma delas foi selecionada para prototipação.
Conheça as soluções criadas no hackaton, que podem inspirar propostas e práticas educacionais em diferentes contextos.
Produções coletivas
Pixo Existo
Plataforma educativa de compartilhamento de imagens de pixo, que possibilite a formação de um acervo digital, acompanhado por orientações pedagógicas para abordagem do tema em ambientes educacionais não escolares, como espaços culturais.
A proposta busca romper as visões estereotipadas e negativas do pixo e dar visibilidade e reconhecimento a essa linguagem de contestação escrita e visual. Por meio de um site, propõe incentivar os adolescentes e jovens das comunidades escolares parceiras do projeto a inserirem registros, e os educadores a trabalharem as expressões do pixo em suas atividades didáticas.
Prevê a realização de um webinário com temáticas direcionadas à relação do pixo com a decolonialidade e o antirracismo como forma de incentivar o debate, embasar os próprios materiais pedagógicos a serem elaborados pelo projeto e difundir a plataforma. Considera também a acessibilidade do material disponível no acervo, através de uma audiodescrição literal e poética.
Integrantes: Aline Neli dos Santos, Eduardo Telles Cysneiros, Humberto Salmazo, Maria Erineide Peixoto, Tania Mara Guarneri
Realezas
Um questionário interativo, acessado via web e whatsapp, integrado a dados e informações que auxiliam indivíduos e instituições a perceberem (e refletirem sobre) práticas racistas e que não dialogam com a realidade racial brasileira. Ao interagirem com o questionário, as pessoas receberão referências de acervos, manifestações artísticas e movimentos culturais antirracistas e decoloniais.
A proposta defende que é preciso gerar o enfrentamento às visões e atitudes racistas, evidenciar as faltas de conhecimento sobre as origens culturais e os processos históricos que formam a sociedade brasileira. Por meio de ferramentas digitais, permite realizar uma pesquisa junto a instituições museais, espaços culturais e escolas e, ao mesmo tempo, disseminar via website ou bot de whatsapp um cardápio de referências que possam ser úteis no enfrentamento do racismo e da visão única colonial, seja no plano individual ou ensejando novas práticas educativas.
Pensado segundo um conceito gamificado, prevê prêmios de participação, como ingressos, cards colecionáveis e livros. A iniciativa tem compromisso com a promoção da acessibilidade e inclusão, prevendo recursos digitais para Libras e conversão de texto em voz, bem como audiodescrição das imagens divulgadas.
Integrantes: Henrique Cabral dos Santos, Ingrid Silva de Souza, Larissa Roberta Pereira, Rosenilda Augusto Sant’Anna, Tatiane Gomes Lima Feitosa, Verônica Nascimento
Girô
Um questionário interativo, acessado via web e whatsapp, integrado a dados e informações que auxiliam indivíduos e instituições a perceberem (e refletirem sobre) práticas racistas e que não dialogam com a realidade racial brasileira. Ao interagirem com o questionário, as pessoas receberão referências de acervos, manifestações artísticas e movimentos culturais antirracistas e decoloniais.
A proposta defende que é preciso gerar o enfrentamento às visões e atitudes racistas, evidenciar as faltas de conhecimento sobre as origens culturais e os processos históricos que formam a sociedade brasileira. Por meio de ferramentas digitais, permite realizar uma pesquisa junto a instituições museais, espaços culturais e escolas e, ao mesmo tempo, disseminar via website ou bot de whatsapp um cardápio de referências que possam ser úteis no enfrentamento do racismo e da visão única colonial, seja no plano individual ou ensejando novas práticas educativas.
Pensado segundo um conceito gamificado, prevê prêmios de participação, como ingressos, cards colecionáveis e livros. A iniciativa tem compromisso com a promoção da acessibilidade e inclusão, prevendo recursos digitais para Libras e conversão de texto em voz, bem como audiodescrição das imagens divulgadas.
Integrantes: Beatriz Karoline Cordeiro da Silva, Brenda Carolinne Martins, Cinthya de Fátima do Amaral Cordovil Oliveira, Ingrid Silva, Olivia Fernandes Boretti, Oná Martins
FUNCIONAMENTO
O primeiro GiraLab aconteceu em 2022 como um laboratório direcionado a educadores de escolas públicas – Fundamental II e Ensino Médio – e profissionais atuantes no campo da educação não formal, em museus, espaços culturais e projetos sociais.
Em 2023, o GiraLab está planejando novas atividades, seguindo com foco na abordagem antirracista e decolonial em educação e cultura. A partir dessa primeira experiência, virão por aí mais iniciativas!
COMO FUNCIONOU O
GIRALAB EM 2022?
LABORATÓRIO FORMATIVO –
encontros online
Em sua primeira edição, neste ano de 2022, o GiraLab trabalha a partir da reflexão sobre narrativas, memórias e território e, como objeto de estudo, parte de uma seleção de fotografias de autoria de Militão Augusto de Azevedo pertencentes ao acervo do Museu Paulista da USP / Museu do Ipiranga.
O laboratório acontece em quatro encontros na plataforma digital zoom, das 19h às 21h, nos dias 8, 15, 22 e 29 de setembro de 2022 (carga horária: 8 horas). Os encontros incluem diálogos com convidados que estão pensando diferentes dimensões do antirracismo na educação e cultura, discussões mediadas por especialistas em formação docente, exercícios e propostas de atividades práticas individuais ou em grupos. A cada encontro, os participantes adensam seu repertório de questões e constroem colaborativamente propostas para abordagens nesta perspectiva.
Havendo um número maior de interessados do que vagas, o comitê organizador do projeto fará uma seleção buscando a heterogeneidade de perfis dos participantes.
HACKATON
MARATONA DE COCRIAÇÃO online
Finalizado o processo formativo, o GiraLab se desdobra em uma maratona de cocriação, voltada tanto para os educadores que já participaram do processo formativo quanto para novos profissionais dos campos da criação e design. A maratona acontece dias 14, 15 e 16 de outubro, nos seguintes horários:
• Sexta das 19h às 21h
• Sábado das 9h às 18h (com intervalo)
• Domingo das 9h às 13h
(carga horária: 14 horas)
A programação completa é divulgada no início do evento e fica disponível para todos os participantes. As datas do período de inscrições e de divulgação da lista dos participantes, cujas inscrições forem deferidas, poderão ser prorrogadas, a critério do Comitê Organizador. Nessa hipótese, será dada publicidade das alterações por meios eletrônicos.
Trata-se de uma maratona multidisciplinar, que busca formular uma solução digital que apoie o desenvolvimento de processos educativos antirracistas e coloniais que articulem escolas, museus e acervos.
A maratona é um processo colaborativo que possibilita a conexão de pessoas de diferentes perfis (educadores, ativistas e articuladores sociais, especialistas, designers gráficos, designers de experiência, programadores, cientistas de dados, ilustradores, artistas, makers, hackerativistas, produtores, editores multimídia entre outros) e busca engajá-las em torno de um desafio comum.
Sua metodologia promove um esforço focalizado e articulado das equipes, para desenvolver proposições objetivas, prototipáveis e passíveis de validação, a partir de parâmetros de tempo e investimento pré-definidos.
As equipes são constituídas por no mínimo 3 (três) e no máximo 6 (seis) integrantes, dentre os participantes do encontro. No decorrer da maratona, cada equipe desenvolve uma proposta para, no último dia, apresentá-la a todos os participantes, que coletivamente escolhem a proposta que será prototipada.
Essa escolha será processada a partir dos seguintes critérios:
• Relevância
• Senso de oportunidade
• Criatividade
• Disrupção
• Aplicabilidade para responder aos desafios propostos
• Viabilidade de execução
• Potencial de replicabilidade em diferentes contextos
DESENVOLVIMENTO DE PROTÓTIPO
A solução selecionada contará com recursos de R$15 mil reais, estrutura e apoio técnico para o desenvolvimento do protótipo. Os recursos serão disponibilizados a partir da viabilização das demandas pactuadas para a prototipagem da solução, desde que consistentes com o plano de trabalho apresentado e revisado em diálogo e com o apoio da Coordenação. Os recursos podem ser aplicados na contratação de serviços e/ou compra de materiais e ferramentas. Não haverá repasse financeiro direto.
A prototipação/desenvolvimento será de responsabilidade da coordenação do projeto, que acionará o apoio dos participantes da maratona quando necessário e conveniente. Está prevista uma etapa final de validação com os participantes.
Todas as propostas e todos os materiais serão sistematizados e disponibilizados na página do projeto, para livre utilização e/ou reaplicação.
DIREITOS AUTORAIS E AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E VOZ
É importante destacar que na concepção do projeto, os educadores são coautores de sua própria formação, assim como serão coautores dos conteúdos e materiais que resultarão do projeto. Isto se aplica tanto ao percurso formativo quanto à etapa de maratona, para aqueles que optem por participar dela.
O percurso e as proposições criadas pelos participantes e grupos serão sistematizados e divulgados na página web do projeto, com o intuito de propiciar o intercâmbio de ideias e o aprofundamento da discussão, a partir de licenças abertas, de forma que possam ser adaptados e aplicados por outros grupos, em outros contextos e situações.
Ao confirmar sua participação, todos os participantes autorizam a cessão da sua imagem e voz, para divulgação do projeto, apenas para fins não comerciais, pelo Intermuseus, realizador do projeto GiraLab. Da mesma forma, os participantes autorizam a publicação dos materiais e conteúdos elaborados no site do Intermuseus, com possibilidade de download, e sua divulgação nas redes sociais da instituição.
Todo o material, recurso, equipamento, código ou outro produto/ serviço desenvolvido durante as atividades da maratona serão licenciados com uma Licença.
Creative Commons 4.0 Internacional
As pessoas participantes da maratona de cocriação se responsabilizam pela originalidade ou pela devida autorização e crédito para todo conteúdo por elas produzido, adaptado ou aprofundado, respondendo integral e exclusivamente por eventuais danos ou ônus a terceiros, excluindo e indenizando em caso de demanda judicial ou extrajudicial intentada por terceiros, sob qualquer alegação relacionada à violação de direitos de propriedade intelectual, industrial, patentes, imagem, voz e nome. Não serão aceitas soluções copiadas ou reproduzidas, de forma total ou parcial, de outras fontes e/ou competições.
Caso ocorra identificação de uma cópia, total ou parcial, de um conteúdo que exista no Brasil em português, ou de adaptação de conteúdos nacionais ou estrangeiros sem o devido crédito e adaptação, bem como suspeitas de conduta antiética, ou não cumprimento das condições acima descritas, os casos serão analisados e julgados pelos organizadores e, se confirmados, resultarão na responsabilização e desligamento do respectivo participante.
PÁGINA WEB GIRALAB
O processo e as propostas resultantes do GiraLab serão divulgadas na página web www.giralab.org.br, que será alimentada progressivamente com referências, conteúdos em vídeo com os vários convidados e participantes e as proposições desenvolvidas.
Anuência
Os candidatos/participantes, no ato de seu cadastro e inscrição, aderem integralmente a todas as disposições aqui descritas, declarando que aceitam todos os termos apresentados nesta descrição de Funcionamento.